Reforma da Previdência provoca racha entre os petistas
A reforma da Previdência é um abacaxi no colo do governo. Mas também virou um problemão para o principal partido de oposição, o PT.
Deputados e senadores estão divididos. Enquanto os nordestinos tendem a aceitar alguma reforma em benefício das finanças dos seus estados, os petistas do Sul e Sudeste preferem radicalizar na oposição ao projeto.
O encontro de hoje entre o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), irritou a parcela petista contrária à reforma.
A presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PR), reclamou com colegas da Câmara.
"No mínimo, o momento é inapropriado", disse, referindo-se à condenação de Lula pela juíza Gabriela Hardt, do Paraná. Os aliados de Camilo argumentaram que o encontro já estava marcado.
Camilo não está sozinho, o governador petista do Piauí, Wellinton Dias, também já combinou com o presidente da Câmara de se encontrarem nos próximos dias.
A reforma da Previdência é considerada pelo governadores como muito importante para os próximos quatro anos de administração.
Mas mais importante ainda é a questão tributária. Eles avaliam que pode ser feita no Congresso uma negociação cruzada. Envolveria a aprovação de um texto razoável para a Previdência junto com uma maior distribuição de tributos para os estados.
Em novembro, todos os nove governadores do Nordeste, incluindo os petistas, entregaram uma carta ao presidente Bolsonaro pedindo um pacto federativo. Incluiria a reforma tributária, revisão dos regimes próprios de Previdência e a abertura de créditos federais.
A ideia é retomar essa negociação agora que o governo federal quer a aprovação das reformas pelo Congresso e precisará de votos.
Os governadores do PT têm algum peso na bancada do Senado. Mas o partido só elegeu seis senadores. Quatro são do Nordeste.
Foi na Câmara que o PT conseguiu a maior bancada, 54 deputados. Mas o problema é que os nordestinos são apenas 17 na Casa. E é na Câmara que as reformas começam a tramitar.
Do lado de Rodrigo Maia, o raciocínio é outro. O que vier de apoio é lucro. Dezessete votos petistas podem ser decisivos na votação de emendas constitucionais polêmicas como as das reformas, que exigem o voto favorável de 307 deputados.
E rachar a oposição sempre é bom para os aliados do governo. Seja lá o quanto for.
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