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Tales Faria

Joice nega ser "rainha da Inglaterra" e quer usar poder dado por Bolsonaro

Tales Faria

01/03/2019 12h11

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) foi nomeada pelo presidente Jair Bolsonaro como líder do governo no Congresso.

O cargo foi criado na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para acomodar pedidos de indicações dos partidos aliados.

Seus ocupantes passaram a ser chamados de "rainha da Inglaterra". Tinham um posto, uma honraria, mas não tinham poder.

Em entrevista ao UOL nesta quinta-feira (28), Joice não aceita ser tratada como rainha da Inglaterra.

Afirma que vai ocupar seu espaço no poder. E que se os líderes anteriores não o fizeram é problema deles. Pergunta: "Sem espaço com todas as medidas provisórias na mão?" E responde que caberá a ela escolher pelo governo os relatores das MPs. Acrescenta: "Eu 'dancei' no meu Carnaval, porque meu Carnaval virou estudar medida provisória".

Joice também está encarregada de ajudar na aprovação da reforma da Previdência na Câmara. Ela admite que a popularidade do presidente esteja em baixa, como apontam as pesquisas. Lembra que a campanha eleitoral do candidato foi baseada nas redes sociais e que lá, não identifica desgaste algum.

"Ele continua absolutamente amado pela população brasileira", afirma.

E é nas redes que a nova líder aposta para pressionar os parlamentares a aprovar o que chama de "Nova Previdência". Ela diz que metade dos internautas já é favorável à reforma. Segundo Joice, é preciso agora uma força-tarefa de comunicação, no governo, para convencer a outra metade que não estaria ainda decidida.

A deputada admite ter um "temperamento forte" e coloca nisso parte da responsabilidade por desavenças com os filhos de Bolsonaro e o atual líder de seu partido no Senado, Major Olímpio (SP). Mas diz que é "assunto superado", que hoje vai tudo bem.

Sobre o autor

Tales Faria largou o curso de física para se formar em jornalismo pela UFRJ em 1983. Foi vice-presidente, publisher, editor, colunista e repórter de alguns dos mais importantes veículos de comunicação do país. Desde 1991 cobre os bastidores do poder em Brasília. É coautor do livro vencedor do Prêmio Jabuti 1993 na categoria Reportagem, “Todos os Sócios do Presidente”, sobre o processo de impeachment de Fernando Collor de Mello. Participou, na Folha de S.Paulo, da equipe que em 1986 revelou o Buraco de Serra do Cachimbo, planejado pela ditadura militar para testes nucleares.

Sobre o blog

Os bastidores da política pela ótica de quem interessa: o cidadão que paga impostos e não quer ser manipulado pelos poderosos. Investigações e análises com fatos concretos, independência e sem preconceitos.