Bolsonaro e família compram briga contra decisão do STF

Entre ficar com o seu eleitorado e ficar com os chefes partidários, pelo menos até agora, o presidente Jair Bolsonaro e seus filhos optaram por permanecer com os eleitores.

Hoje no twitter, Eduardo Bolsonaro, filho mais novo do mandatário do Planalto, postou um vídeo em que pede apoio à aprovação no Congresso do pacote de segurança do ministro da Justiça, Sérgio Moro. O pai e o irmão Carlos Bolsonaro retuitaram.

Eduardo Bolsonaro argumenta que o pacote de Moro determina que crimes comuns sejam julgados pela Justiça comum e não pela eleitoral. Segundo ele, isso desmonta a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou o envio à Justiça eleitoral de casos envolvendo corrupção e lavagem de dinheiro, quando investigados junto com caixa dois.

O problema é que o STF não está sozinho nesse caso. Tem o apoio dos chefes dos principais partidos do Congresso. Do DEM ao PT, passando por todo o Centrão e o PCdoB.

O PSL de Bolsonaro, por outro lado, partiu para cima do STF, promovendo a tal CPI da Lava Toga e até o impeachment do ministro Gilmar Mendes, entre outros membros da Corte.

Com um agravante: Bolsonaro precisará do Congresso e do Judiciário para aprovar a reforma da Previdência e o ajuste fiscal defendidos pela área econômica de seu governo.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, já disse que se não puder fazer o ajuste, deixará o cargo. Sem ajuste e sem Paulo Guedes, o governo Bolsonaro, provavelmente entra em parafuso.