Partido de Bolsonaro propõe vantagens dos militares a todos os policiais

Delegado Waldir (GO), o líder do partido do presidente Jair Bolsonaro na Câmara, disse ao blog que seu partido irá apresentar emenda ao projeto de reforma previdenciária dos militares.

Segundo ele, o texto deverá estender "as mesmas prerrogativas" dos militares às polícias civis e militares dos estados e às guardas civis municipais e aos guardas de presídios.

A proposta deverá ter o apoio da oposição e de partidos ligados ao governo, incluindo o Centrão.

Durante a audiência do ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, nesta quarta-feira (3), o líder do PT, Paulo Pimenta (RS), desafiou: se o governo estender a todos as vantagens concedidas no projeto de Previdência dos militares, seu partido vota a reforma previdenciária geral.

O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) aproveitou para anunciar: apresentará emenda acolhendo a ideia do petista e cobrará o voto favorável da oposição.

O ministro, por sua vez, ouviu calado. Na verdade, a extensão dos benefícios dos militares a outras categorias tem potencial para enterrar de vez a reforma geral desenhada pela área econômica.

Por outro lado, o governo pode fazer do limão uma limonada: diante do risco de o Congresso estender a várias categorias tais vantagens, a única solução será derrubar de vez o projeto de reforma dos militares para salvar a reforma geral da Previdência.

Ou seja, aprovam-se as mudanças para servidores públicos e privados em geral e os militares ficam como estão.

Não é de todo mau, nem para os militares, nem para o governo. Aliás, usando um bordão do deputado e apresentador Celso Russomanno (PRB-SP): é bom para ambas as partes.

Só isso explicaria o fato de o líder do partido de Bolsonaro apresentar uma proposta co ptencial de destruir a reforma geral da Previdência. Ou então ele será obrigado a voltar atrás.