No depoimento de Weintraub, Centrão tira o pé do acelerador e mostra força
O depoimento do ministro da Educação, Abraham Weintraub, no plenário da Câmara, nesta quarta-feira, não foi o massacre esperado pelos deputados da oposição e temido pelos governistas. Mesmo num dia ruim para o governo, com as manifestações de rua contra os cortes na Educação tendo reunido mais gente do que os políticos previam.
Oposição e governo coincidem na explicação para o ministro não ter apanhado tanto:
"Estou feliz, o Centrão tirou o pé", disse ao blog o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
"É o jogo do Centrão: mostrou força ajudando na convocação do ministro e, depois, poupando-o durante o depoimento", argumentou o líder do PT, Paulo Pimenta (RS).
De fato, os líderes dos partidos chamados de Centrão do Congresso (PP, DEM, MDB, PR, PRB, PSD e SD, entre outros) evitaram o protagonismo durante o depoimento.
Na ausência de Rodrigo Maia (DEM-RJ), o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (PRB-SP), conduziu a sessão com mão de ferro. Limitou o tempo e as inscrições para fazer perguntas ao ministro aos termos estritos do acordo fechado na reunião de líderes. Esta, como sempre, comandada pelo Centrão.
O líder do PP, Arthur Lira (AL), que foi decisivo na convocação, não se manifestou no microfone do plenário.
Outro que foi decisivo na convocação, o líder do DEM, Elmar Nascimento (BA), falou. Mas fez um discurso moderado.
Disse ao ministro que ele terá o apoio do partido naqueles projetos, "sem ideologias de esquerda ou de direita", que derem continuidade à política do ex-ministro da Educação Mendonça Filho (DEM).
"Os líderes dos partidos de centro não atacaram em nenhum momento", festejou a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (SP).
Ao blog, Eduardo Bolsonaro pondera:
"Não interpreto a atitude do Centrão como um toma-lá-dá-cá. Acho que é apenas uma demonstração de força na busca por maior espaço no jogo político. É natural."
Artur Lira explica sua atuação:
"Nós não somos oposição, nem governo. Ajudamos na convocação porque achamos que era importante, mas não tínhamos que fazer proselitismo. Se alguém tinha que apertar o ministro era a oposição."
Vice-líder da Minoria, Pompeo de Mattos (PDT-RS) afirma: "O Centrão está onde sempre esteve. Pronto para tomar dos governos o que quiser. Nas gestões do PT, tinha uma aliança explícita e, portanto, não precisava fazer pressão pública. Agora com o Bolsonaro, enquanto não integrarem o governo, ficarão nesse estica e puxa."
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