Centrão cobra aumento da cota por deputado para não paralisar o governo
Do deputado Nelson Pellegrino (PT-BA) que estava coordenando a estratégia da oposição na Comissão Mista de Orçamento (CMO), nesta manhã, durante a votação do pedido de suplementação orçamentária do governo:
"Segui a orientação do líder do PL, Wellington Roberto (PB)."
O deputado do PL exigiu a leitura do parecer do relator na íntegra e depois chegou a requer votação nominal. Só voltou atrás quando conseguiu adiar a votação para a próxima semana.
O pedido governo para emitir títulos de R$ 248,9 bilhões tem que ser votado até o dia 15.
A oposição estava no seu papel: pretendia obstruir a votação, como tem feito quase sempre. Nem precisou, graças à ajuda de Wellington Roberto.
Mas o que move o líder do PL?
Wellington Roberto é um dos principais articuladores do bloco informal de partidos de centro que reúne cerca de 200 deputados do PP, DEM, PL, MDB, PRB, PSD e SD.
O grupo tem ditado os rumos das votações no Congresso.
Desde que Jair Bolsonaro anunciou que não negocia mais com os comandos partidários, os deputados do Centrão passaram a priorizar a obtenção de verbas orçamentárias para suas bases eleitorais.
Segundo a "Folha de S.Paulo" revelou, o governo já admite liberar cerca de 10 milhões em obras e serviços para bases eleitorais de cada parlamentar que votar pela reformar da Previdência.
O jornal "O Globo" publicou que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, tem proposto que os parlamentares apliquem esses R$ 10 milhões a mais nas Universidades públicas de seus estados.
O que se diz no Congresso é que os deputados querem mais. A exigência seria dobrar a cota de cada um deles.
O Centrão não admite publicamente sequer a sua existência como grupo, bloco ou seja lá o que for. Muito menos que trabalhe para obstruir votações de interesse do governo.
Mas é exatamente o que fez nessa manhã na Comissão Mista de Orçamento.
Sem o Centrão a votação não seria adiada.
Enquanto a suplementação não for aprovada, começam a ser paralisadas obras, serviços e despesas correntes do governo. É a única forma de evitar o descumprimento da chamada "regra de ouro" do Orçamento.
A regra impede o Executivo de usar recursos destinados a investimentos para pagar despesas correntes, exceto se Congresso autorizar créditos suplementares.
O relator apresentou parecer pela autorização da emissão de títulos no valor de R$ 248,9 bilhões. Já estava marcada para hoje à tarde sessão no plenário para discutir vetos presidenciais, e que poderia ser usada para aprovar definitivamente o pedido.
Como a suplementação não foi votada na CMO, ela não teve como ir a plenário. Agora só poderá ser votada no dia 11, quatro dias antes do prazo final. Se não houver nova obstrução.
Ou seja a corda estará cada vez mais esticada para ver se o governo cede.
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