As redes sociais elegeram o presidente do Senado
A eleição de Davi Alcolumbre (DEM-AP) como presidente do Senado surpreendeu os analistas políticos mais até do que a eleição do próprio Jair Bolsonaro para presidente da República.
Alcolumbre era um senador quase desconhecido na metade de seu primeiro mandato. E vem do 3º Estado mais pobre do Brasil, atrás apenas de Roraima e Acre.
Beneficiou-se da péssima imagem do adversário Renan Calheiros (MDB-AL) junto à opinião pública e dos gestos de destempero do senador alagoano durante o processo de votação. Também ganhou com o racha interno no MDB que o levou a receber o apoio da ex-líder Simone Tebet (MS). E de outros fatores.
Mas a grande novidade foi a força das redes sociais sobre o processo eleitoral no Senado.
As mesmas redes que elegeram Bolsonaro estão ditando mais e mais as decisões dos parlamentares.
Dos 81 senadores, 46 foram eleitos agora. Quase todos se pautaram pelas manifestações de seus eleitores na rede.
Ficavam ligados nos celulares, avaliando mensagens de seus grupos de WhatsApp e de email.
Um deles, Jorge Kajuru (PSB-GO), chegou a fazer uma enquete na internet para decidir seu voto.
A internet deu vitória ao voto aberto na sessão preparatória da eleição do comando da Casa. E o voto aberto foi decisivo em favor de Davi Alcolumbre.
Esse poderá ser o grande fenômeno dessa 56ª legislatura.
Como andarão as reformas se os parlamentares começarem a manter uma comunicação em tempo real com seu eleitorado?
Quem terá mais peso sobre suas decisões, as cúpulas partidárias, os governos ou a opinião direta de seus eleitores distribuídos em grupo disto ou daquilo nas redes sociais?
Será isso um tipo de democracia direta em andamento?
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