Bolsonaro e filhos tratam ministro do Turismo diferentemente de Bebianno

As acusações de que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, comandava o laranjal do PSL em Minas Gerais deixam o governo em maus lençóis.

A Folha revela hoje que, segundo uma candidata do PSL em Minas Gerais, Álvaro Antônio sabia do uso de candidatas laranja para lavar dinheiro de campanha.

O presidente Jair Bolsonaro e seus filhos tratarão o ministro do Turismo de maneira diferente da que trataram o ex-ministro Gustavo Bebianno?

Bebianno começou a apanhar do vereador Carlos Bolsonaro e do pai, o presidente da República, depois que a Folha descobriu que enviara verbas dos fundos partidários para uma candidata laranja em Pernambuco.

"Se demitiu um, teria que demitir o outro também. Como é que vão tratar diferentemente os dois ministros? A coisa está ficando muito complicada para esse governo", disse o líder do PT no Senado, Humberto Costa.

Seria um movimento semelhante ao que ocorreu no governo Michel Temer. Uma semana depois da demissão recorde do minisitro do Planejamento, Romero Jucá, foi afastado o ministro da Transparência, Fabiano Silveira. Ambos por causa das gravações de conversas realizadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

A princípio, não se vê disposição nem em Bolsonaro, nem nos filhos e nem entre os governistas em geral de dar o mesmo tratamento a Álvaro Antônio que foi dispensado a Bebianno.

"O caso do Bebianno foi uma questão de foro íntimo do presidente. Tentei esfriar os ânimos, mas não deu. Neste caso do ministro do Turismo, acho que o mais correto é esperar as apurações. Não podemos prejulgar", disse ao blog o líder do PSL no Senado, Major Olimpio.

O presidente ainda não declarou que Álavro Antônio terá que "voltar às origens" se a Justiça comprovar sua participação no laranjal, como afirmou em relação ao agora ex-secretário-geral da Presidência. Nem Carlos Bolsonaro saiu por aí chamando o ministro que fica de mentiroso.

Até agora o tratamento está sendo bem diferente.