Itamaraty versus militares: duas notas, dois estilos. Compare
Tem horas em que não é preciso falar muito.
O governo tem se esforçado em dizer que a área militar e o Itamaraty estão com a mesma opinião sobre qual deva ser nossa relação com a Venezuela. Então, caro internauta, faça o seguinte: compare as duas notas divulgadas ontem (24), pelo Itamaraty e pelo Ministério da Defesa, sobre os conflitos na fronteira.
Nota do Ministério da Defesa:
O Ministério da Defesa intercedeu para que novos incidentes, na linha de fronteira, envolvendo venezuelanos e a Guarda Nacional Bolivariana, não voltem a se repetir.
Os veículos antidistúrbios, que estavam na barreira montada no país vizinho, recuaram imediatamente. Militares brasileiros e venezuelanos negociaram, no local, e foi entendida a inconveniência da presença desse tipo de aparato militar. No lado brasileiro, o controle dos acolhidos foi reforçado para evitar novos confrontos.
Há um ano, o Brasil está engajado na Operação Acolhida – ação humanitária para atender aos irmãos venezuelanos que chegam no País. Por isso, o Ministério da Defesa reitera a confiança numa solução urgente para a situação na Venezuela.
A fronteira do Brasil continua aberta para acolher os refugiados
Nota do Ministério das Relações Exteriores
O Governo do Brasil expressa sua condenação mais veemente aos atos de violência perpetrados pelo regime ilegítimo do ditador Nicolás Maduro, no dia 23 de fevereiro, nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e com a Colômbia, que causaram várias vítimas fatais e dezenas de feridos. O uso da força contra o povo venezuelano, que anseia por receber a ajuda humanitária internacional, caracteriza, de forma definitiva, o caráter criminoso do regime Maduro. Trata-se de um brutal atentado aos direitos humanos, que nenhum princípio do direito internacional remotamente justifica e diante do qual nenhuma nação pode calar-se.
O Brasil apela à comunidade internacional, sobretudo aos países que ainda não reconheceram o Presidente encarregado Juan Guaidó, a somarem-se ao esforço de libertação da Venezuela, reconhecendo o governo legítimo de Guaidó e exigindo que cesse a violência das forças do regime contra sua própria população.
Dá para perceber que os punhos de renda do Itamaraty foram postos de lado. E os militares, por sua vez, tornaram-se uns verdadeiros diplomatas.
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