Bolsonaro ensaia rendição ao Centrão e deixa Rodrigo Maia otimista
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, mudou o discurso. Do pessimismo das últimas semanas, quando até colocou em dúvida o interesse do presidente Jair Bolsonaro em aprovar a reforma da Previdência, agora já fala não só na aprovação pela Câmara até julho como também na votação da reforma tributária.
Motivo do otimismo? A notícia de que Bolsonaro chamou os presidentes dos partidos do Centrão para uma conversa. Os dirigentes desses partidos não gostam da classificação como bloco. Dizem que o Centrão não existe mais.
Mas é assim que são vistos no Congresso.
São nomes como os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Romero Jucá (MDB-RR), o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), o ex-prefeito do São Paulo Gilberto Kassab (PSD) e o deputado Marcos Pereira (PRB).
Nenhum deles morre de amores pelo presidente. E vice-versa. Por isso não têm se encontrado. Destes, há pelo menos dois nomes de quem Bolsonaro sempre falou cobras e lagartos entre seus aliados: Ciro Nogueira e Romero Jucá.
Dizia que não queria se misturar com políticos acusados de corrupção. Simplesmente não aceitava ter que pedir votos aos dois.
Por isso só o fato de convidá-los para um encontro em busca de apoio no Congresso já é considerado pelos caciques do Centrão como uma primeira rendição do presidente à chamada "velha política". Mas este gesto só não bastará.
Será preciso que, além do encontro, Jair Bolsonaro faça movimentos concretos em direção ao grupo. Leia-se: divisão do poder para os próximos quatro anos de governo.
Caso contrário, o Centrão continuará esticando a corda. Ora mordendo, ora assoprando para arrancar nacos de poder à força.
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