Para Bolsonaro, Guedes obtém deficit zero e o que vier do Congresso é lucro
A estratégia do presidente Jair Bolsonaro em relação ao Centrão, ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e ao Congresso em geral será a de manter a corda esticada.
Bolsonaro toma como base uma projeção do ministro da Economia, Paulo Guedes, para concluir que não precisa tanto assim do Congresso.
Nas contas do "Posto Ipiranga" do presidente, já está garantido o cumprimento de sua promessa de campanha de zerar o deficit já no primeiro ano de governo.
Guedes conta com a devolução ao Tesouro de R$ 200 bilhões emprestados pelo governo de Dilma Rousseff a BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica. Mais R$ 80 bilhões de Privatizações e R$ 73 bilhões da cessão onerosa em barris de petróleo a receber da Petrobras.
São cerca de R$ 350 bilhões que, segundo o ministro. Garantem não só zerar o deficit nas despesas da União já em 2019, como tem reflexos para os próximos anos.
Ou seja, a economia que vier a se fazer com a reforma da Previdência ou outros projetos aprovados no Congresso, entrará nas contas como "um algo a mais".
Daí porque tanto Bolsonaro como Guedes têm dito que estão brigando pela reforma não em benefício do seu governo, mas para as gerações futuras.
Não haveria problema para o atual governo se vier bem menos do Congresso do que uma economia de R$ 1 trilhão em dez anos que a área econômica prevê no projeto de reforma da Previdência.
Usa-se o que for possível para ajudar nas contas dos quatro anos de gestão Bolsonaro e coloca-se a culpa em Rodrigo Maia, no Centrão e no Congresso por não ter saído uma solução de longo prazo.
Leia-se como "solução de longo prazo" o regime de capitalização, segundo o Planalto.
Só há um probleminha nessa estratégia: não combinaram com os russos. À medida que Centrão & Cia perceberem que não há margem de manobra com o governo, a corda também será esticada pelo lado do Congresso.
Foi isso que gerou as famosas pautas bombas durante o governo Dilma e também os primeiros petardos contra Bolsonaro –como a aprovação do Orçamento impositivo para todas as emendas parlamentares.
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