Manifestações pró-Bolsonaro não melhoram relação do Congresso com governo
Para os oposicionistas, as manifestações em apoio ao governo de Jair Bolsonaro foram bem menores do que os protestos do último dia 15 contra os cortes na Educação.
"Se fosse uma partida de futebol, daria 7 a 1 contra o governo", disse ao blog senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Mas para os governistas o placar foi o contrário.
"Muito maiores e mais espontâneas em todo o Brasil. Vão acordar a população que estará mais atenta a como votam seus deputados e senadores. O povo vai bater duro mesmo", disse também ao blog o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP).
Em Brasília, a Polícia Militar contou 10 mil participantes hoje, contra 15 mil no dia 15. Em Copacabana, no Rio de Janeiro, as imagens de TV mostraram aparentemente menos gente do que os protestos na área de Educação. Na Avenida Paulista, a manifestação ocupou várias quadras, mas o público estava espalhado.
O que ficou claro é que não serviram para melhorar a relação entre o presidente Jair Bolsonaro e o Congresso.
O presidente da República perdeu mais um pouco da confiança dos parlamentares em suas palavras.
Primeiro ajudou a convocar as manifestações, depois disse que tinham "pauta de Maduro", em alusão às manifestações pró-governo convocadas pelo venezuelano Nicolás Maduro. Hoje, voltou falar a favor das manifestações.
"Isto tudo leva o governo para um gueto, porque o presidente claramente apoiou manifestações de caráter autoritário. Seu foco foi contra a democracia, contra as instituições do Estado democrático e de direito. É um chavismo de direita sem apoio popular", avalia Randolfe.
O blog perguntou se essas manifestações ajudarão a aprovar medidas pró-governo no Congresso. Reservadamente ou às claras, os líderes deixaram claro que suas posições serão mantidas.
Enquanto o governista Major Olímpio acha que a pressão surtirá efeito a favor do governo sobre o Parlamento, dois dos principais articuladores do grupo que é chamado de "Centrão do Congresso" disseram:
"Não mudarão em nada meu posicionamento" (Elmar Nascimento, DEM-BA);
"Minhas posições sempre foram claras e antagônicas ao que estão protestando. Nunca pedimos nada nem estamos pedindo e ainda lá atrás assinamos um manifesto de 14 partidos a favor da Previdência, lógico retirando os rurais e o BPC" (Arthur Lira, PP-AL).
Na oposição:
"Continuamos achando que o Congresso tem que modificar a MP 870, da reforma administrativa. E, como antes, vou votar para o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) ficar no Ministério da Justiça e o projeto voltar para votação na Câmara" (Randolfe Rodrigues, líder da oposição no Senado).
Enfim, tudo como dantes. Ou pior para o governo…
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