Contra Bolsonaro, caciques do PSDB, PT e centro-esquerda voltam a dialogar
A atuação do governo nas áreas em que o bolsonarismo tem mais força provocou um efeito colateral inesperado: a reaproximação entre setores moderados do PT, do PSDB e dos demais partidos de centro-esquerda.
Já se juntaram para assinar manifestos contra o governo, na semana passada, ex-ministros da Educação, do Meio Ambiente, e da área de Segurança dos governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Lula, (PT), Dilma Rousseff (PT), Itamar Franco (Cidadania) e Michel Temer (MDB).
Dois destes manifestos foram assinados na semana passada, o da Educação e o da Segurança. O do Meio Ambiente foi em maio.
José Eduardo Cardoso, ministro da Justiça do governo Dilma, concorda que "as bobagens do Bolsonaro e sua trupe" estão conseguindo que petistas e tucanos voltem a dialogar. Mas ele acha "impossível dizer" se neste momento essas conversas promoverão algo mais.
No momento por que passa o Brasil de Bolsonaro, o grupo entendeu que "os valores do Iluminismo são superiores às pendengas políticas", disse ao blog outro ex-ministro do PT, Fernando Haddad. Ele comandou a pasta de Educação no governo Lula e foi o último candidato do partido a presidente da República.
Raul Jungmann, foi ministro da Segurança de Michel Temer e da Política Agrária com FHC. Ele disse ao blog que os signatários dos documentos não conversaram sobre o futuro.
"Até aqui foi uma discussão pontual, em busca de defender o trabalho e as conquistas dos quatro últimos governos, independentemente das cores partidárias, programas e ideologias".
Mas, pelo que declararam ao divulgar seus manifestos, os ministros deixaram evidente que o diálogo entre esse setores deve ter futuro.
"Nossa intenção é procurar o presidente dos Poderes: Câmara, Senado, Supremo, além da Procuradoria-Geral da República", afirmou em coletiva de imprensa o ex-ministro Rubens Ricupero, que comandou a área de Meio Ambiente e da Fazenda no governo Itamar Franco.
O manifesto do Meio Ambiente foi assinado também por outra candidata à Presidência nas últimas eleições, Marina Silva, da Rede, que foi ministra no governo Lula. Segundo ela, o "desmonte da legislação e o desrespeito à Constituição" trarão prejuízos também econômicos ao país no longo prazo.
Também na área de Educação, a ideia é dar continuidade à aproximação dos movimentos contrários à atuação do governo Bolsonaro. Os ex-ministros anunciaram ainda a criação de um observatório da educação brasileira.
Os signatários dos documentos são figuras de peso em seus partidos. Três deles, foram candidatos à Presidência da República: Haddad, Marina e Cristovam Buarque.
Veja quem são os ex-ministros e seus manifestos:
Meio ambiente – José Carlos Carvalho (FHC), José Sarney Filho (Michel Temer), Izabella Teixeira (Dilma), Rubens Ricupero (Itamar Franco), Marina Silva (Lula), Edson Duarte (Michel Temer) e Carlos Minc (Lula).
Segurança pública – Aloysio Nunes Ferreira (Fernando Henrique Cardoso), Eugênio Aragão (Dilma), José Carlos Dias (Fernando Henrique Cardoso), José Eduardo Cardozo (Dilma), José Gregori (FHC), Luiz Paulo Barreto (Lula), Miguel Reale Jr. (FHC) , Milton Seligman (FHC), Raul Jungmann (Michel Temer), Tarso Genro (Lula), Torquato Jardim (Michel Temer).
Educação – José Goldemberg (governo Collor), Murílio Hingel (governo Itamar Franco), Cristovam Buarque (governo Lula), Fernando Haddad (governo Lula), Aloizio Mercadante (governo Dilma) e Renato Janine Ribeiro (governo Dilma).
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.