Bolsonaro defendeu Neymar sobre estupro, mas ainda nada fez por Sérgio Moro
É bem provável que o presidente Jair Bolsonaro se manifeste publicamente em defesa de seu ministro da Justiça, o ex-juiz Sérgio Moro.
Mas o fato é que até as 8h30 desta terça-feira, 11 de junho, não apareceu no Twitter qualquer manifestação do presidente a respeito das conversas entre Moro e a força-tarefa da Lava Jato reveladas pelo site "The Intercept Brasil".
No dia 5, em Goiânia, o presidente veio em defesa do garoto Neymar (veja vídeo). Depois, visitou o jogador no vestiário e postou foto no Twitter.
Hoje Bolsonaro deve receber seu ministro, cujas conversas vazadas colocaram-no sob suspeita de ter orientado e antecipado informações a procuradores da força-tarefa da Lava Jato durante as investigações.
Houve apenas uma manifestação protocolar do secretário de Comunicação do Planalto, Fabio Wajngarten, dizendo que informou ao presidente do caso por duas vezes e que Bolsonaro lhe respondeu que tinha confiança irrestrita em Moro.
O mais provável é que, após o encontro, Bolsonaro saia em defesa do ministro. Mas aí já é um pouco tarde.
Primeiro pelo gesto em si, de só falar depois de receber Moro. É aquela coisa de quando o presidente convoca seu embaixador em outro país para explicações. Em geral isso ocorre quando os dois países já estão em franco desentendimento. Mas é um gesto com força simbólica.
Sérgio Moro já está em franco desgaste, com a OAB e até com veículos conservadores da grande mídia que antes o apoiavam e agora já pedem que ele deixe o cargo.
Digamos que é mais ou menos desse jeito que Bolsonaro prefere que Sérgio Moro fique. Agora sim, valerá a pena apoiá-lo, depois que se enfraqueceu. Um Moro grande demais não interessava.
Com sua imagem anteriormente inatacada, o ministro era, na verdade, o grande adversário de Bolsonaro entre os conservadores para as eleições presidenciais de 2022.
Agora Sérgio Moro corre até o risco de ter recusada uma eventual indicação para ministro do Supremo Tribunal Federal. Pode até mesmo ser alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
Voltou ao tamanho apropriado para Bolsonaro. Pode até receber manifestações de apoio.
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