Bolsonaro contra Rodrigo Maia e Doria: começou a luta pelo Planalto em 2022
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), lançou nesta segunda-feira (24) um podcast semanal; em entrevista ao jornalista Roberto D'Ávila, da Globonews, deixou claro o seu distanciamento do Planalto; e anunciou uma extensa agenda da Câmara com projetos independentes do governo. Vão desde reformas próprias dos deputados para Previdência e tributos até a derrubada do decreto de armas editado pelo presidente da República.
Jair Bolsonaro (PSL), por sua vez, declara que o Congresso tenta transformá-lo numa "Rainha da Inglaterra"; anuncia veto a uma parte do projeto de agências regulatórias aprovado pelo Congresso; diz que não ajudará os governadores a incluir os estados na reforma previdenciária; e anuncia que vai transferir a Fórmula 1 de São Paulo para o Rio de Janeiro.
O governador de São Paulo, João Doria, tenta organizar uma frente de governadores para atuar na votação da reforma da Previdência; reunifica o seu partido, o PSDB; e declara que o presidente Jair Bolsonaro está tratando cedo demais das eleições de 2022.
Não precisa muita clarividência para notar que os três já estão em plena campanha pelo Palácio do Planalto. E que se encaram como potenciais adversários.
Principalmente Rodrigo e Doria contra Bolsonaro. No limite, em suas articulações, o tucano e o demista trabalham com a hipótese de formarem chapa contra o presidente.
O mandato de Rodrigo Maia no comando da Câmara vai até 1º de fevereiro de 2021, o ano anterior às eleições e quando as candidaturas presidenciais de fato se estruturam.
Maia já declarou que é contra um projeto de lei que autorizaria sua reeleição para o cargo. Se tudo correr bem na Câmara até lá, deixa a presidência da Casa para rodar o país com o apoio do empresariado e testar se dá para disputar com Bolsonaro.
A avaliação dos demistas é que há grandes chances de que em 2022 o eleitorado já tenha se cansado do radicalismo conservador do atual presidente e da belicosidade dos bolsonaristas, especialmente dos filhos de Bolsonaro.
Ontem, o pai de Rodrigo, o ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia, republicou em sua newsletter um texto da revista "Veja" intitulado: "O governo paralelo liderado por Rodrigo Maia".
Os tucanos na Câmara estão alinhados ao presidente da Casa na expectativa de uma aliança entre ele e Doria. Mas de preferência com o governador de São Paulo na cabeça da chapa.
João Doria acredita que a força de seu estado e uma reunificação do tucanato no país farão dele um forte candidato em 2022. Basta que tudo corra bem com sua administração atual em São Paulo.
Já o presidente Bolsonaro e seus aliados têm certeza absoluta de que Maia e Doria tramam evitar que permaneça no comando do Planalto após 2022.
O presidente, que havia prometido derrubar o estatuto da reeleição, agora já não fala no assunto.
Hoje, os três já se consideram os principais candidatos no campo da direita. À esquerda, não sabem o que virá. Por via das dúvidas, Maia cultiva no Congresso um bom diálogo com o PCdoB e até uma parcela do PT.
Não se sabe ainda o resultado que essa campanha antecipada trará para o andamento dos projetos no Congresso.
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