Governo retira destaques da bancada do PSL, mas sofre com rebelião
O relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), o líder do PSL, Delegado Waldir (GO), e o coordenador do partido na comissão especial, deputado Alexandre Frota (SP), gastaram duas horas de saliva ontem à noite.
Tudo para atender o pedido do governo de convencer os 22 deputados da bancada da Segurança no partido a não apresentar destaques para votação em separado em favor de policiais e carreiras correlatas.
Conseguiram mais ou menos. Os deputados aceitaram não apresentar destaques agora, mas boa parte deles disse que não votará a favor do projeto de reforma. Outra parte garante que votará com os destaques apresentados por outros partidos em favor das carreiras policiais.
Ou seja, iniciou-se uma rebelião na bancada de Segurança do PSL que deve se estender à chamada Bancada da Bala, que inclui outros partidos e é composta em sua maioria por parlamentares com base eleitoral entre policiais militares, civis e federais, bombeiros, agentes penitenciários e carreiras correlatas.
O PSL foi o partido que mais apresentou propostas de emenda favorecendo policiais. O relator não encampou nenhuma delas. Agora o Centrão cobra que o partido não apresente destaques para votação em separado, caso contrário os partidos do bloco informal liderado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não votarão a favor do projeto.
O PSL tem 54 deputados, os partidos do Centrão (PP, DEM, MDB, PRB, PL, SD, entre outros) somam mais de 200 deputados. Acabam determinando qual lado é vitorioso nas votações, quando se aliam ao governo ou à oposição.
"A reunião foi tranquila. O resultado é que o PSL não apresentará destaques. Paulo Guedes também não abrirá ressalvas para uma nova transição para a Segurança Pública. Há alguns deputados que já mencionaram que não votarão na reforma. É um direito deles. Por isso vamos buscar outros votos para suprir a iminência de não termos esses", relatou ao blog o deputado Alexandre Frota.
Onde o governo vai buscar esses votos? A ideia é com os governadores. Hoje eles têm reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para tentar um acordo.
A ideia é fazerem um levantamento de custo-beneficio: quantos votos em favor da reforma os governadores podem acrescentar e quanto, em reais, as reivindicações do grupo vão tirar da poupança para os cofres federais prevista no projeto.
Ontem os governadores estiveram com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o líder do governo, senador Fernando Bezerra (MDB-PE). Fizeram um levantamento prévio que será discutido hoje com Rodrigo Maia.
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