Se Bolsonaro ajudar, Maia e Centrão evitam voto nominal em favor da polícia
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o Centrão prometeram dar uma mãozinha para o PSL na votação da reforma da Previdência, se o partido e o presidente da República cumprirem sua parte no acordo: não se manifestar publicamente em favor dos policiais.
A estratégia é, depois da votação do texto-base, juntar numa única votação, em bloco, todos os destaques individuais dos parlamentares para votação em separado em favor dos policiais. E, então, recusar os destaques por votação simbólica (sem registro nominal dos votos).
O Regimento da Câmara permite essa manobra. É que os pedidos de verificação de quórum por votação nominal só podem ser feitos depois que passar uma hora do pedido anterior.
Assim, durante a votação de um destaque menos polêmico, os partidos favoráveis à reforma pedirão verificação de quórum.
Logo a seguir, colocam em pauta os destaques da segurança e eles terão que ser decididos por votação simbólica, se a votação ocorrer dentro do prazo de uma hora.
Nesse caso, restará à oposição tentar obstruir as discussões para ultrapassar o tempo de votação entre um destaque e outro. Mas é uma operação quase impossível quando o outro lado tem maioria absoluta e o apoio do presidente da Casa.
Restam os destaques de bancada. Estes têm votação nominal obrigatória. Por isso o Centrão cobra que o PSL não apresente destaque de bancada e o partido já aceitou.
Mas os deputados do PSL estão pressionando o comando partidário para ser liberada a votação dos destaques de outros partidos, mesmo da oposição, em favor das carreiras policiais.
O presidente da Frente Parlamentar da Segurança Pública, deputado Capitão Augusto (PL-SP), disse ao blog que conta com pelo menos 20 deputados dentro do PSL para votar a favor dos destaques que aumentem as vantagens para policiais e carreiras correlatas.
"São muitos os deputados ligados à área de segurança no PSL. E ninguém vota contra sua classe", afirma.
Como presidente da Frente Parlamentar da Segurança, Capitão Augusto diz que apresentará um destaque para votação em separado. E cobrará apoio de Bolsonaro.
"Lutaremos contra a votação nominal. E o presidente Jair Bolsonaro realmente ajudaria declarando apoio aos pleitos da categoria", disse Capitão Augusto.
Tudo agora depende do silêncio de Bolsonaro e do comando do PSL.
O Partido aceitou não apresentar emenda de bancada, mas não garantiu o comportamento individual de todos seus deputados. O líder da sigla é um delegado e o líder do governo, major. Terão que ficar calados sobre suas convicções pessoais.
O presidente anda traumatizado com o fato de estar sendo chamado de traidor pelas categorias ligadas à área de segurança, sua principal base eleitoral.
Mas, se falar a favor dos destaques para a polícia, como fez na semana passada, o Centrão e Rodrigo Maia deixarão a votação ser nominal ou não retirarão destaques de bancada. Caso verifiquem que o PSL votou em favor do destaque, permitirão a abertura da porteira para outras categorias, como a dos professores, e colocarão a culpa no Planalto.
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