Bolsonaro e Centrão evitam teste da votação da cobrança da bagagem aérea
A suspensão da sessão do Congresso por falta de quórum, nesta quarta-feira 21, adiou para a próxima semana a votação do veto à gratuidade das bagagens aéreas.
Com isso evitou-se colocar à prova a unidade do Centrão, sua propalada força e a aproximação do bloco com o governo nas questões econômicas.
O bloco informal que congrega cerca de 200 deputados e tem decidido as votações no Congresso tem votado com o Planalto em temas ligados à economia. Mas dessa vez parece rachado.
Com isso, corre sério risco de ser derrubada a cobrança das bagagens defendida pelo governo.
A polêmica foi instaurada durante a votação da medida provisória 863, em junho, que autorizou a participação de 100% de capital estrangeiro em empresas aéreas com sede no Brasil.
O Congresso acrescentou ao texto uma emenda estabelecendo que a gratuidade valeria para bagagem de até 23 quilos em aviões com capacidade acima de 31 lugares, nos voos domésticos.
Naquela votação, o Centrão juntou-se à oposição e arrastou quase todos os partidos para uma votação praticamente unânime. Até mesmo o PSL, do presidente Jair Bolsonaro, votou a favor.
Mas o presidente da República acabou vetando esse trecho ao promulgar a MP transformada na Lei 13.842/19.
Hoje o veto constava da pauta para ser submetido à apreciação do plenário. De lá para cá, a relação entre o governo e o Congresso sofreu altos e baixos.
O Centrão se aproximou do Planalto na votação de temas econômicos, como a reforma da Previdência, e se afastou nas questões ligadas aos costumes.
A cobrança das bagagens é um tema eminentemente econômico. O governo argumenta que a gratuidade impedirá a instalação no país das empresas aéreas de baixo custo, as chamadas low costs.
O líder do DEM na Câmara, Elmar Nascimento (BA), disse ao blog que dessa vez sua bancada está disposta a votar pela cobrança das bagagens, ou seja, pela manutenção do veto do governo:
"A explicação da ANAC [Agência Nacional de Aviação Civil] sobre necessidade de abrir o mercado para as low costs e como consequência reduzir o preço da passagem nos fez dar um voto de confiança ao Governo."
O PL deve liberar a bancada: quem quiser vota a favor, quem quiser vota contra. O PP, maior partido do grupo, ainda não tomou posição.
Mas o PSDB e o PRB, que têm votado com o Centrão na maior parte dos casos, dessa vez deve seguir em outra direção.
"Ainda não discutimos na bancada. Mas eu, pessoalmente, sou contrário ao veto", diz o líder tucano na Câmara Carlos Sampaio.
"A bancada do PRB vota para derrubar o veto" é categórico o presidente nacional do partido, deputado Marcos Pereira (SP).
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.