Augusto Aras tem mais chances no Senado do que Eduardo Bolsonaro
Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para comandar a Procuradoria Geral da República, o sub-procurador-geral Augusto Aras tem mais chances de ter seu nome aprovado pelos senadores do que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, tem de ser aprovado como embaixador do Brasil em Washington.
Enquanto Eduardo Bolsonaro sofre grandes e explícitas resistências da oposição –e até de alguns governistas–, Aras conta com razoável boa vontade entre os líderes oposicionistas.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), por exemplo, é um crítico feroz da indicação de Eduardo Bolsonaro. O mínimo que diz é que a nomeação será "péssima para o país". Quanto a Augusto Aras, o discurso é mais moderado:
"Não o conheço ainda. Embora não tenha gostado de algumas declarações recentes, pretendo ouvi-lo sem preconceitos durante a sabatina [na Comissão de Constituião e Justiça] para firmar uma posição".
Cacique do PDT, o senador e ex-governador do Ceará Cid Gomes, irmão do candidato pedetista à Presidência em 2018, Ciro Gomes, disse ao blog:
"Tenho visto que a escolha desagrada ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, e ao Ministério Público. Mas como tenho poucas informações sobre o escolhido, vou procurar conhecê-lo melhor. Aguardarei a sabatina para definir meu voto."
Entre os oposicionistas do Senado, quem está igualmente resistente a Eduardo Bolsonaro e a Augusto Aras, aparentemente, é apenas Randolfe Rorigues (Rede-AP).
"Trata se de uma ofensa à autonomia e independência do Ministério Público Federal. Espero que o Senado esteja à altura da nação, rejeitando essa indicação que atende a interesses pessoais e não republicanos", afirma.
Mas esta posição não é compartilhada, por exemplo, pelos senadores Ângelo Coronel e Otto Alencar, ambos do PSD da Bahia e aliados do governador petista Rui Costa.
Na verdade os baianos estão felizes com a indicação de um conterrâneo. Inclusive o senador e ex-governador Jaques Wagner (PT), tido como amigo pessoal de Aras.
Eduardo Bolsonaro, por sua vez, nem sequer teve ainda sua indicação oficializada pelo pai. Jair Bolsonaro tem dito que só o fará quando tiver certeza da vitória do filho. Não pretende expô-lo ao constrangimento da derrota.
Na Comissão de Relações Exteriores, onde será sabatinado, Eduardo Bolsonaro ainda precisa conquistar o voto de três dos quatro últimos indecisos do colegiado para ter sugerida ao plenário a sua aprovação.
No plenário, a situação é mais incerta. Randolfe Rodrigues diz que a oposição já tem assegurados 41 votos dos 81 senadores, maioria absoluta para impedir a nomeação. Os articuladores do governo dizem que não é verdade, mas também não garantem que já detêm maioria.
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