Com Maia, líderes da Câmara reclamam de traição de senadores e Alcolumbre
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e os senadores em geral foram alvo de xingamentos dos deputados durante encontros na noite de ontem e na manhã de hoje –inclusive na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ)– para discutir o texto aprovado pelos senadores do projeto que ajusta a legislação eleitoral ao Fundo Especial de Financiamento de Campanhas.
"Traição", "covardia", "populismo barato", "uma sacanagem", foram os termos usados pelos líderes para classificar a votação no Senado. Até alguns palavrões têm sido usados nas conversas reservadas dos deputados sobre a atuação dos senadores.
Na votação de ontem o plenário do Senado derrubou praticamente todos os itens aprovados no projeto original da Câmara, por considerar que diminuíam a transparência e afrouxavam o controle sobre a utilização de verbas públicas.
No texto devolvido à Câmara, sobrou apenas o tal Fundo, mas limitando seu valor ao das últimas eleições, com correção da inflação.
"Mantivemos o Fundo porque, do contrário, não haveria como financiar as campanhas municipais no ano que vem", disse o líder do Podemos, Senador Álvaro Dias (PR).
Para valer na campanha de 2020, a nova lei tem que entrar em vigor até o dia 3 de outubro. Se não for votada nesta semana, corre o risco de não dar tempo de ser promulgada.
Para os deputados, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, está refém do grupo "Muda Senado", que liderou a campanha contra o projeto da Câmara e ameaça fazer oposição ao comando da Casa.
Os líderes, tanto do governo como da oposição, ficaram ainda mais irritados na manhã de hoje com uma postagem do presidente do Senado no Twitter. Alcolumbre elogiou a decisão dos senadores e jogou sobre a Câmara a responsabilidade por desfazer a votação do Senado.
Os deputados decidiram, em reunião da casa de Rodrigo Maia, que tentarão retomar hoje o texto original da Câmara, de qualquer maneira.
A ideia é suprimir apenas alguns pontos, como o que permite às siglas apresentar prestações de conta em qualquer sistema informatizado, sem cumprir normas de padronização da Justiça Eleitoral, o que dificulta a fiscalização.
Mas tanto Rodrigo Maia como os líderes sabem que isso trará desgaste junto à opinião pública. É o que mais lhes irrita na decisão do Senado. E começa a colocar Alcolumbre e Maia em rota de colisão.
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