Recusa dos EUA ao Brasil, gafes e PSL ameaçam Eduardo Bolsonaro no Senado
Diminuíram bastante as chances de o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ser confirmado pelo Senado como embaixador nos EUA, caso seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, o indique oficialmente para o cargo.
"Situação já estava difícil. Agora, mais ainda" disse ao blog a presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Simone Tebet (MDB-MS).
Foi essa a resposta da senadora a uma pergunta do blog sobre como a recusa dos EUA em apoiar a indicação do Brasil para integrar a OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico) influi na aprovação pelo Senado do nome de Eduardo Bolsonaro para a Embaixada.
Simone Tebet argumenta que, a princípio, uma coisa não influiria na outra, mas os demais problemas em que o deputado se envolveu acabam por prejudicar a defesa da indicação.
Um desses problemas é apontado pelo líder do partido de Bolsonaro no Senado, Major Olímpio (SP). Ele próprio está rompido com o deputado em meio a uma disputa pela gestão da sigla em São Paulo.
Ao blog, Major Olímpio fez o seguinte diagnóstico:
"A situação dele está muito pior. Se o presidente indicar, o que acho desgastante e temerário, eu votarei a favor, porque continuo defendendo o governo. Mas a briga interna no partido só fragiliza a indicação do Eduardo. Não sei se o presidente ainda vai se arriscar a indicá-lo."
Eduardo Bolsonaro teve sua área de atrito ampliada depois que o pai resolveu brigar publicamente com o presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE).
A família rachou o partido ao meio com uma troca de xingamentos e insinuações de uso irregular das verbas partidárias.
Pesam também gafes cometidas pelo próprio Eduardo Bolsonaro, cujas últimas atitudes também complicam a indicação.
"O Eduardo mostrou que lhe falta certa compostura para ocupar o cargo. Foi uma vergonha aquela foto na ONU simulando usar uma arma ao lado de um monumento contra a violência, assim como usar camiseta para ridicularizar o movimento LGBT" aponta o líder do PT, senador Humberto Costa (PE).
"Tudo isso prejudica e muito", diz o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Randolfee aponta o caso da OCDE como um agravante de peso, por mostrar que a relação pessoal da família Bolsonaro com Donald Trump não garante apoio dos EUA ao Brasil em pontos decisivos:
"Esta ligação familiar era o principal argumento que usavam para sustentar a indicação. Agora o argumento caiu por terra."
O líder do DEM, senador Rodrigo Pacheco (MG), é um pouco mais moderado. Mas argumenta que o caso da OCDE mostra que falta uma política externa consistente ao Brasil.
"Considero que são coisas independentes. Mas o tema OCDE reforça a necessidade de uma política diplomática consistente e intensa."
Em tempo. Mesmo sem ser embaixador, Eduardo Bolsonaro é um dos principais formuladores da política externa de seu pai. Foi ele quem indicou o ministro Ernesto Araújo para o cargo.
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