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Com cassação decretada, senadora "Moro de saia" vota pela CPI da Lava Toga

Tales Faria

10/04/2019 23h07

A senadora e ex-juíza Selma Arruda (PSL-MT) se fez conhecida pelo apelido "Moro de saia", em alusão ao juíz da Lava Jato, o hoje ministro Sérgio Moro.

Na sessão desta quarta-feira (10) em que votou a favor da CPI da Lava Toga, Selma Arruda contou que podia ter sua cassação decretada por irregularidades eleitorais. O que acabou ocorrendo poucas horas depois.

O Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso condenou-a, por 5 votas a zero, por omitir 72% de suas despesas de campanha.

A ex-juíza disse na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado que defendia o direito de ser julgada. E que poderia recorrer depois.

"Mas eu não posso me ingerir (ela quis dizer insurgir) contra o direito que o Estado tem de me investigar e me julgar. Se eu não posso, não serão Os Intocáveis que poderão", afirmou.

"Os intocáveis". Assim os  ministros dos tribunais superiores têm sido chamados  pelos políticos que defendem a Comissão Parlamentar de Inquérito.

A CPI acabou arquivada com o voto da maioroa dos memnros da CCJ. Mas seus defensores vão insistir em novo requerimento.

O PSL apoia a CPI porque quer investir contra os ministros do Supremo Tribunal Federal, que acredita estarem atuando contra a Lava Jato. Especialmente o presidente da Corte, Dias Toffoli, e Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowiski.

A senadora não perde o mandato enquanto ainda couber recursos. Mas metade da bancada do PSL no Senado já está sob suspeição.

O partido tem 4 senadores. Além de Selma, também Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente da República, está sendo investigado por irregularidades quando deputado estadual no Rio de Janeiro.

Assista à explicação da senadora:

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Sobre o autor

Tales Faria largou o curso de física para se formar em jornalismo pela UFRJ em 1983. Foi vice-presidente, publisher, editor, colunista e repórter de alguns dos mais importantes veículos de comunicação do país. Desde 1991 cobre os bastidores do poder em Brasília. É coautor do livro vencedor do Prêmio Jabuti 1993 na categoria Reportagem, “Todos os Sócios do Presidente”, sobre o processo de impeachment de Fernando Collor de Mello. Participou, na Folha de S.Paulo, da equipe que em 1986 revelou o Buraco de Serra do Cachimbo, planejado pela ditadura militar para testes nucleares.

Sobre o blog

Os bastidores da política pela ótica de quem interessa: o cidadão que paga impostos e não quer ser manipulado pelos poderosos. Investigações e análises com fatos concretos, independência e sem preconceitos.


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