Deputado xinga deputado: 'Tu és viado'. Assista ao vídeo
Tales Faria
03/07/2019 09h36
O depoimento do juiz Sérgio Moro na Câmara já estava chegando ao final, na noite de desta terça-feira (2). Como se sabe, foi quando o deputado Glauber Braga (Psol-RJ) resolveu fazer o que chamou de "uma analogia" entre a atuação de Moro e um juiz parcial no jogo de futebol.
Terminou classificando o ministro da Justiça de "juiz ladrão". A confusão se estabeleceu e Moro acabou deixando a sessão.
O blog oferece aqui ao leitor, graças ao bate-boca, uma amostra de como vão os ânimos –e os modos– no Parlamento.
No vídeo abaixo, o deputado Éder Mauro (PSD-PA) chama Glauber Braga de "Viado". Exatamente: sem meias palavras, por duas vezes no vídeo.
Isso pode, Arnaldo?, perguntaria o locutor global Galvão Bueno, se fosse uma transmissão futebolística.
Não era. Era uma sessão na Câmara dos Deputados do Brasil. Lá isso é classificado como quebra de decoro.
Na história, já houve deputado cassado por posar para uma foto de revista vestindo uma samba-canção. Mas este caso de agora provavelmente não dará em nada. Sinal dos tempos…
Assista ao vídeo (e escute atentamente):
Errata: o blog errou na segunda menção ao deputado Glauber Braga no texto. Seu nome foi grafando como "Glauber Rocha", diferentemente da forma correta do primeiro parágrafo.
Sobre o autor
Tales Faria largou o curso de física para se formar em jornalismo pela UFRJ em 1983. Foi vice-presidente, publisher, editor, colunista e repórter de alguns dos mais importantes veículos de comunicação do país. Desde 1991 cobre os bastidores do poder em Brasília. É coautor do livro vencedor do Prêmio Jabuti 1993 na categoria Reportagem, “Todos os Sócios do Presidente”, sobre o processo de impeachment de Fernando Collor de Mello. Participou, na Folha de S.Paulo, da equipe que em 1986 revelou o Buraco de Serra do Cachimbo, planejado pela ditadura militar para testes nucleares.
Sobre o blog
Os bastidores da política pela ótica de quem interessa: o cidadão que paga impostos e não quer ser manipulado pelos poderosos. Investigações e análises com fatos concretos, independência e sem preconceitos.