Presidente da CCJ ameaça adiar a reforma da Previdência
Não é só o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quem está irritado com o governo Jair Bolsonaro. A irritação atinge boa parte do Congresso, incluindo figuras-chave do partido do governo, o PSL.
Felipe Francischini (PSL-PR), novo presidente da Comissão de Constituição e Justiça, reclamava ontem à noite na Sala de Cafezinho do plenário:
"Estou pensando em adiar a indicação do relator. Ninguém do governo, nem o ministro Paulo Guedes (Economia) me procurou. Então eles não estão com tanta pressa assim."
Não se tome a reclamação como uma revolta eterna. No Congresso, às vezes isso é só um recado. Tudo o que o parlamentar quer é ser procurado. Paulo Guedes pode telefonar hoje e o deputado se transformar num velho, fiel e eterno aliado.
A irritação do presidente da CCJ –a mais importante comissão da Câmara– serve para mostrar a falta de tato do governo. Felipe Francischini é um governista de carteirinha.
"Eu estou tendo que me virar sozinho. Hoje (ontem) mesmo evitei que o ministro Paulo Guedes fosse convocado a obrigatoriamente comparecer à CCJ para dar explicações sobre a reforma da Previdência. Transformei a convocação em convite sem que tivesse ninguém do governo me pedindo", disse.
Até a manhã de hoje, estava mantida para esta quinta-feira (21) a divulgação do nome do relator do projeto de reforma na comissão. Se isto ocorrer, a expectativa é que o relatório seja lido na semana que vem.
Mas, se o ministro e ninguém do governo procurar o deputado, pode ser mesmo que Felipe Francischini adie para a semana que vem a divulgação do nome do relator.
Aí será a primeira semana de fato perdida na tramitação do projeto. É esperar para ver.
[Atualização: no final da manhã a assessoria do PSL distribuiu a seguinte nota: "Dando uma resposta sobre a possível coletiva que seria realizada hoje para o anúncio do relator da previdência. Ela foi adiada. Depois de uma reunião com líderes partidários, ficou acordado que não haverá a indicação do relator até que o Governo, através do Ministério da Economia, apresente um esclarecimento sobre a reforma e a reestruturação dos militares." ]
Na semana passada (dia 14), Francischini declarou a este blog que esperava anunciar nesta semana o relator para que o projeto seja aprovado na CCJ até o final do mês. Assista abaixo o vídeo com sua previsão postado no dia 15:
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