A encruzilhada de Bolsonaro: "Fui eleito sendo o que sou. Não posso mudar"
Ontem na reunião com ministros no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro disse que não quer guerra com o Congresso, muito menos com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Mas que não pode abandonar os seus eleitores.
O que Bolsonaro chamou de "meus eleitores" não são todos os 57.797.847 que votaram nele. Mas aqueles que aderiram mais cedo a seu discurso, capitaneados principalmente por seus filhos.
E estes, digamos, bolsonaristas de raiz não querem pacificação com quem quer que seja que não adira às ideias do grupo. Nem mesmo aqueles que participem do governo.
O guru-mor dos filhos de Bolsonaro, Olavo de Carvalho, por exemplo, postou hoje no Twitter contra os generais: "Quem neste país ainda não notou que os generais vêem o Bolsonaro como um capitão que lhes deve reverência, em vez de um presidente a quem devem obediência?"
Pode-se dizer, sem sombra de dúvida, que se trata de uma resposta ao general Santos Cruz, secretário de Governo do presidente, que em entrevista publicada ontem pela Folha chamou Olavo de Carvalho de desequilibrado.
Bolsonaro não gostaria de ver a confusão aumentar. Mas, na sua avaliação, são os bolsonaristas de raiz que se disporão a ir para as ruas defendê-lo contra os adversários. Sejam eles os partidos de esquerda ou de direita, ou mesmo os generais que tentarem tutelá-lo.
O presidente avalia que a ex-presidente Dilma Rousseff sofreu impeachment porque abandonou seu eleitorado. Assumiu no segundo governo uma política econômica contrária à da sua campanha eleitoral.
"Fui eleito sendo o que sou. Isso eu não posso mudar", tem repetido a seus auxiliares.
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