Relação de Rodrigo Maia com o presidente Bolsonaro volta à estaca zero
Eles já nutriram grande antipatia um pelo outro, ficaram sem se falar, trocaram farpas publicamente, disputaram eleição no mesmo estado em campos opostos…
Depois assinaram um armistício, trocaram acenos, se encontraram, ensaiaram um namoro e estavam quase se acertando em nome da aprovação do ajuste fiscal.
Mas tudo voltou à estaca zero entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente da República, Jair Bolsonaro.
É o que contam reservadamente interlocutores dos dois lados.
Frequentador assíduo das reuniões na Residência Oficial da Câmara, um deputado amigo de Rodrigo revela que a irritação do presidente da Câmara com Bolsonaro voltou depois que ele passou a sofrer ataques diretos dos bolsonaristas nas redes sociais.
Rodrigo Maia tem certeza de que Carlos Bolsonaro, o filho pitbull do presidente, é quem comanda esses ataques, mas com o aval do pai.
Carlos já postou na sua conta no Twitter até suspeitas de que Maia articula o impeachment de seu pai.
A convicção de que Jair Bolsonaro incentiva os ataques vem do fato de deputados do PSL fazerem coro contra o presidente da Câmara nas redes sociais.
"Carlos Bolsonaro não tem influência nenhuma no PSL, mas o presidente tem", disse Maia a um líder do Centrão.
No PSL, Maia identifica o líder do governo na Câmara, Vitor Hugo (GO), como o integrante da bancada que recebe maiores incentivos do presidente da República para fustigá-lo.
Por conta disso, o presidente da Câmara mal troca palavras com esse líder. Estabeleceu como interlocutores junto ao partido a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (SP) e o próprio líder do PSL, Delegado Waldir (GO).
O desentendimento entre os chefes dos dois poderes tende a empacar os projetos de interesse pessoal do mandatário do Planalto, especialmente na área de costumes e segurança. Mas também pode atrasar a reforma da Previdência.
Mas Rodrigo Maia tem dito aos seus interlocutores que não pretende, por conta da má relação com Bolsonaro, atrapalhar a votação de projetos de ajuste nas contas públicas.
Ele mantém boa relação com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e até conseguiu melhorar seu relacionamento com o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, com quem não se entendia no DEM.
A ideia é reforçar o papel de independência da Câmara em relação ao governo, mantendo estreita relação com os partidos do Centrão e o autointitulado "centro democrático" (PSDB, Cidadania e Novo), além de partidos de integrantes da oposição e do PSL com quem se entenda melhor.
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